Foi divulgado hoje, 12 de novembro, o resultado do concurso para o Pavilhão Brasileiro na EXPO 2020. O objetivo do concurso era a seleção de proposta e posterior contratação do Projeto Executivo completo (Projeto de Arquitetura, Projetos Complementares e Projeto de Expografia), serviços de Fiscalização da Obra, Consultoria e serviços correlatos para o Pavilhão do Brasil na Exposição mundial. O concurso foi promovido pela Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e contou com a organização do Instituto de Arquitetos do Brasil Departamento do Distrito Federal – IAB/DF.
Segundo o edital do concurso, “o Pavilhão do Brasil deveria destacar a diversidade com o tema TOGETHER FOR DIVERSITY, dividido em natureza, pessoas e o amanhã (Together for Nature, Together for People e Together for Tomorrow). Esses são os pontos de partida para que os arquitetos mostrem a diversidade de fauna e flora, a multiplicidade étnica, criativa, cultural de nosso povo e ainda apresentem o Brasil como um país agregador, além de ator de relevância global nas questões internacionais relacionadas à sustentabilidade. A palavra-chave que resume o tema brasileiro é a sociobiodiversidade brasileira – e o Pavilhão do Brasil, desde a sua concepção, deve refletir essa característica tão única do país.”
Sob o tema Connecting Minds, Creating the Future, a Expo Dubai abordará a Oportunidade, a Mobilidade e a Sustentabilidade. O Pavilhão do Brasil estará nesta última parte, com foco em discussões que reafirmamam a importância da biodiversidade, da cultura da preservação do meio ambiente, da competitividade baseada na sustentabilidade e no retrato da multiculturalidade brasileira.
A Comissão Julgadora foi composta por Fernando Viegas, Maria Luiza Fragoso, Thiago Andrade, Fernando Diez e Inês Lobo, com Emilia Stenzel e Andrey Rosenthal Schlee como suplentes.
1º lugar
Autores: José Paulo Gouvêa, Marta Moreira, Martin Benavidez, Milton Braga
Colaboradores: Emilia Darricades, Raphael Carneiro, Seizen Uehara, Tomás Quaglia Martínez, Victor Oliveira, Ana Carolina Isaía, Mateo Arjona, Malcolm Dixon, Dion Collier, Raquel Morais, Miguel Maratá, Gabriela Trevizan
Curadoria: Guilherme Wisnik e Alexandre Benoit
Segundo o júri, a unidade e simplicidade entre proposta espacial e estrutural potencializa a experiência da água como elemento central da expografia. O projeto arquitetônico se destaca pela clareza espacial e leveza da estrutura, ao mesmo tempo densa na maneira que envolve o visitante. O “discreto volume suspenso treliçados que avança sobre a praça líquida” garante que a presença desse pavilhão se contraponha ao ambiente competitivo característico das Feiras, o silêncio como resposta.
A proposta expositiva privilegia a construção de campos de imersão. O espaço imersivo, como uma película visualmente permeável permite a integração entre o ambiente externo e interno. Destaca-se o potencial do espaço visando acontecimentos e eventos temporários para além daqueles formalmente previstos [...] A proposta apresentada é aberta ao processo de desenvolvimento do conteúdo expográfico, e tem potência pra pensar o país independentemente de um momento especÍfico, permitindo uma atualização voltada para pensar um Brasil no futuro, consonante os objetivos do tema da representação brasileira: “together for diversity”.
2º lugar
Autores: Fabiano José Arcadio Sobreira
Colaboradores: Filipe de Abreu Bresciani, Luana Alves, Paulo Henrique de Oliveira e Gabriela Figueiredo
Expografia: Paulo Victor Borges Ribeiro
De acordo com o júri, "a proposta desenha um volume opaco, quase monolítico que invoca e sugere uma necessária tomada de decisão de sua entrada, o que deve seduzir o visitante para a experiência nesse espaço misterioso de descoberta.A integração entre arquitetura e expografia se dá por meio de um círculo dirigido, inaugurado sem espaços de transição a partir da entrada principal. O visitante emerge, então, em uma espiral de universos conceituais compostos por percursos de imagens representativas até um espaço central, qualificado pelo silêncio exarado pela materialidade bruta de suas superfícies construídas, contraposta pela efemeridade da luz e fluidez e transparência da água. O discurso da proposta expositiva é forte nos conceitos e posicionamentos que implicam uma necessária introspecção. É oferecido ao visitante um repertório de obras que privilegiam as relações humanas, contextos sociais e históricos, bem como suas relações como o meio ambiente, fugindo de uma representação desse meio ambiente como natural."
3º lugar
Autores: 0e1 + Masa, Martin Pronczuk e Santiago Saettone
Colaboradores: Jeronimo Berrutti, Lucia Echavarria e Julian Martinez
Expografia: Gabriel Lima Giambastiani
Cenografia: Ana Cristina Castagna
Museografia: Mathias Pereira Sant'anna
Curadoria: Mario Guidoux Gonzaga
De acordo com o júri: "A proposta foca na montagem, exequibilidade e viabilidade, com baixo custo de implantação da sua estrutura e elem-nos fixos, ao mesmo tempo em que inova na solução dos espaços pragmáticos, sem deixar de observar as áreas e contingências do Termo de Referência. O pavilhão se apresenta como um todo penetrável que permite uma circulação multidirecional. Um pavilhão sem portas, sem marco de entrada, sem necessidade de formação de filas ou controle, o que invoca sua imagem de volume diáfano, ritmado e preciso. Busca se contrapor aos excessos formais esperados pelos pavilhões vizinhos, destacando-se pela pouca altura, horizontalidade, monocromatismo e iluminação, seja ela o reflexo da abóbada durante o sai, seja pelo efeito de luminária durante a noite."
A configuração dos espaços pragmáticos e expográficos são fluidas, pode ser reconfigurado inúmeras vezes ao longo do período de funcionamento da Expo, e feito “ao negativo”. O pavilhão e sua construção são o principal aspecto expográfico e de interação com o visitante, expandindo o conceito de imersão para o próprio contato com a materialidade do edifício. O pavilhão, leve, etéreo, de peças esbeltas e prisma regular não caracterizam, contudo, uma arquitetura sumária e imperceptível. Ao contrário, busca se destacar pelo silêncio da mesma forma que seu projeto expográfico evita a mimese ou representação excessiva de temas culturais e naturais propostos. Alcança-os mais pela sinestesia do que pela figuração.
Menção Honrosa
Escritórios: OYAPOCK Architectes + André Scarpa
Autores: Raphael Azevedo França, Rodrigo Tamburus, Mathieu Garcia, Florent Descolas, Adrien Mondine, Rosário Pinho e André Scarpa
Co-autores: Jasmina Girod, Margaux Bosset
Colaboradores: Pamela Gomes, Amanda Tamburus e David Zee
Cenografia: Glória Afflalo
Curadoria: Andrea Carneiro Jakobsson
De acordo com o júri, um edifício retangular que se desenvolve de forma cartesiana. Coerente com as condições climáticas e históricas, propõe um diálogo entre uma arquitetura brasileira de madeira e sai manufatura, e elementos arquetípicos da arquitetura árabe como possibilidades de intersecção de duas culturas.
Mais informações sobre o concurso e todas as propostas recebidas, acesse o site oficial.
